Na época da nossa meninice
era normal ser bom filho, ser aluno aplicado,
ouvir conselhos e ter limites...
A vida era simples, a comunicação era escassa
e o mundo desconhecido.
A família era bússola, a escola era templo
e o professor autoridade.
Essa fase passou, sem muitos dramas,
sem televisão, celular, internet...
Não se sente falta do que não se conhece!
Quando nos tornamos gente grande
vieram os anseios e as preocupações:
concluir os estudos, ter trabalho efetivo
e a construção de uma família.
As dificuldades, acompanhadas de alegrias
nos deixaram fortes, porém maleáveis.
Nossa geração passou por
momentos difíceis da história do Brasil:
sentimos os respingos da ditadura,
vivenciamos o raiar da democracia
e as grandes transformações sociais,
políticas e econômicas, aqui e lá fora.
Nesse período, sobravam contas a pagar...
sobravam sonhos a sonhar...
Até um dia desses a jornada era dupla:
desaceleramos o ritmo.
O tempo aposentou o trabalho;
a vida e a morte provocaram desenlaces;
os filhos seguiram seus caminhos
e o ninho ficou vazio...
No entanto, para o bem de todos,
maternidade e paternidade rimam com eternidade.
Hoje, o corpo reclama do desgaste
e os cuidados com saúde, lazer e atividade física são intensificados.
A vaidade é nossa aliada,
reparem que os cabelos brancos estão disfarçados!
Quanto às rugas, espelho, espelho meu esta não estava aqui ontem.
Melhor idade, terceira idade, que venham outras.
Queremos viver bem cada uma delas.
Para que, sobre o espírito não pairem as mazelas
Autoria de Marineide Fonseca
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